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PREVIDÊNCIA 23/08/2012
Nordeste ainda não aderiu aos fundos complementares
Benefício é apontado como um dos mais importantes para atração e manutenção de talentos nas empresas
por Rebecca Fontes
Empresas que oferecem aos funcionários a opção de um fundo de previdência complementar são as que, hoje, conseguem manter os talentos em seus quadros. Essa tendência, já muito forte no Sul e Sudeste, ainda encontra
resistência entre o meio empresarial do Nordeste.
Este foi um dos motivos para a realização do 9º Congresso Nacional da Associação Nacional dos Contabilistas das Entidades de Previdência (Ancep), que é realizado até amanhã, 24, no hotel Vila Galé, em Fortaleza. Roque Muniz de Andrade, presidente da Ancep, diz que a criação da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), para os servidores que futuramente ingressarem no serviço público federal, vai incentivar o aumento da previdência privada. “Hoje, os empresários estão se motivando a criar fundos, pois passam a acreditar no exemplo que o Governo Federal (e alguns estaduais) está dando”, afirma. Segundo Andrade, 15 estados estão se preparando para criar seus próprios fundos de previdência complementar.
João Roberto Rodarte, consultor em Previdência Complementar da Rodarte Nogueira, diz que, das 334 entidades fechadas de previdência complementar existentes no País, 33 estão localizadas no Nordeste. O Ceará tem seis, duas privadas e quatro públicas. Pernambuco e Bahia têm sete, cada um.
Rodarte diz que hoje a previdência pública não supre as necessidades do trabalhador; por isso, a complementar oferece dois modelos: a previdência aberta, operada pelas seguradoras dos bancos, que visa ao lucro (e, por isso, parte dos recursos não é repassada ao trabalhador, mas aos acionistas); e a fechada, gerida pelos fundos de pensão, que não visa ao lucro e todos os ganhos são repassados aos associados. “Isso permite a formação dos fundos de poupança, muito mais significativo no correr dos anos”, cita ele.
Neste caso, a previdência fechada tem duas modalidades, os fundos patrocinados, em que existe vínculo empregatício, com os empregados patrocinando os planos (como Funcef/Caixa, Petros/Petrobras e Faelce/Coelce); e os instituídos, decorrente de vínculos associativos, de classe (como FenajPrev/jornalistas e OABPrev/advogados).
“A realização deste evento em Fortaleza é oportuna, porque notamos um deslocamento da riqueza para o Norte e Nordeste e a necessidade de se criar um complemento financeiro, um dos benefícios que mais retém e atrai o trabalhador dentro de uma política de RH das empresas”, conclui João Rodarte.
ENTENDA A NOTÍCIA
O 9º Congresso Nacional de Contabilistas das Entidades de Previdência trouxe a Fortaleza cerca de 200 fundos de pensão. Setor atende a 3,2 milhões de participantes em atividade e aposentados e 4 milhões de dependentes.
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